Mitologia, arte e percepções. Essa foi a conexão que deu base à palestra do professor de filosofia da UPF, Dr. Gerson Trombetta. O palestrante da abertura do 4º Colóquio de Agências Experimentais de Comunicação abordou o tema: “Arte e tecnologia: uma nova estética para a comunicação”.
Desde a Grécia Antiga e a mitologia de Prometeu até a Loja de Tecidos. A interface entre comunicação, arte e tecnologia dispõe a indecisão e permite a compreensão de que o sentido e a comunicação se fazem a partir do sujeito. Nesta perspectiva, Gerson debateu com os participantes a arte como quem escolhe uma amostra de tecidos: aquilo que enxergamos não é tudo. “A arte quando vai construir um sistema, ela não mostra tudo. Não há um DNA da arte e ela é dirigida em um sistema de signos que conectam, misturam e afrontam as unificações. Simbolizar é conectar”, ressalta.
Ao propor a desconstrução da unificação e padronização de sentidos, exposto como descendência de Prometeu, Trombetta propôs a relação da arte e comunicação como um “casamento não muito fácil. A Arte é perigosa””. “Enquanto a arte tem um compromisso com ela própria, a comunicação tem com a sociedade”, ressalta o professor. Atribuindo ao artista e sua produção a característica de perigo devido suas infinitas possibilidades e sua afronta ao mundo, o conferencista também confia ao fazer artístico uma proximidade com o belo.